sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

"Ossos do ofício"

Em Janeiro de 2009, eu tinha 15 anos e estava tendo uma das minhas primeiras experiências com missões. E, diga-se de passagem que, para as primeiras, aquelas foram muito mais grandiosas do que eu podia imaginar.

Em Barcarena durante uma campanha de King's Kids, usando a estratégia de dança, estávamos envangelizando pela primeira vez na cidade quando um homem bêbado se aproximou e começou a dançar conosco. O evangelismo pessoal era feito em pares, e, assim que a dança terminou, precisei procurar por meu parceiro e  o encontrei, justamente, conversando com aquele homem. Então me juntei a eles e começamos a conversar.
Ele contou de seu passado, do porquê estava ali. Resumidamente, a história é essa: Seu nome é Antonio. Ele sentia uma dor muito grande que nenhum médico podia curar e parecia que a única coisa que fazia a dor parar era beber. Então se transformou num alcoólatra e a bebida foi tomando conta da sua vida a ponto de não o deixar mais voltar pra casa por estar sempre bêbado e não lembrar o caminho de volta. Assim, faziam, se me lembro bem, quase 5 anos que não via sua família novamente.
Falamos sobre como Jesus podia curar a sua dor e ainda o levar de volta pra casa, mas já era hora de voltar para a igreja na qual estávamos alojados, então oramos por ele e nos despedimos.
Alguns dias depois fomos dançar em uma feira onde encontramos Luciano, um servidor do exército que estava de férias. Apenas conversamos. Não me lembro de chegarmos a falar de Deus pra ele, mas o convidamos pra jogar vôlei conosco na quadra onde jogaríamos durante todo o tempo que ficaríamos ali.
Já quase prontos para voltar quem encontramos??? Antonio! Ele estava um pouco mais sóbrio, mas ainda bêbado. Pediu o endereço da igreja em que estávamos hospedados e disse que iria nos visitar.
Os dias se passaram e chegou o domingo. Dia de culto para todos, mas folga para nós. Não fomos a igreja naquele dia, mas ao final do culto o pastor vem até nós e pergunta: "Quem de vocês convidou um Senhor chamado Antonio?". Eu e David, meu parceiro, nos apresentamos muito alegres por saber que ele tinha ido à igreja. E o pastor disse: "Festejem! Porque ele aceitou a Jesus hoje!". Ficamos super felizes pela notícia e ao decorrer da viagem ainda joagávamos vôlei com  Luciano, mas nunca falávamos de Deus pra ele.
No nosso último dia em Barcarena, voltamos à feira e quando íamos embora encontramos alguém muito parecido com Antonio. Sem barba, bem vestido e trabalhando. Era o Antonio!!! Sóbrio e parecendo muito feliz. Fomos falar com ele e enfim nos despedir quando ele disse: "Esperem. Quero apresentar umas pessoas a vocês." Já estávamos felizes e surpresos o bastante por ver a mudança drástica ocorrida em tão poucos dias e por saber que a dor havia sumido, no entanto ele ainda veio com uma notícia muito além das nossas expectativas.

"Vejam! Esta é minha esposa, esses são meus filhos e esses..." - Disse ele emocionado - "São os meus netos que eu não conhecia..."
Isso foi a coisa mais emocionante que eu vi até aquele dia. Ficamos extremamente felizes por tudo o que Deus fez na vida dele, por vê-lo atribuir tudo isso a Deus e ainda podermos fazer parte de algo tão importante pra ele e pra Deus.
E o Luciano???
À noite, quando nos despedíamos da igreja ele resolveu nos fazer uma visita surpresa e essa não foi a única surpresa que ele nos fez. Ele tabém aceitou a Jesus!
Me perguntei por milhões de vezes como isso pôde acontecer já que nunca falamos de Deus pra ele, mas hoje entendo que Deus tem milhares de formas de agir e uma delas é, simplismente, se mostrando através da nossa vida.
Deus se mostrando através de nós e, mesmo sem precisar, mudando e restaurando vidas através da nossa só me faz ter mais certeza de que missões é o meu caminho.
Ver acontecer coisas que fazem você se sentir vivo, útil, realizado, são ossos do ofício de obedecer ao chamado de Deus.
Deus quer te usar! E tem um chamado pra você também. Ouça e disfrute das maravilhosas experiências que isso pode te trazer!



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