domingo, 13 de janeiro de 2013

Eu também temi



Estava comunicando à minha família sobre meu chamado e minhas tias, interessadas, me perguntavam sobre como eu falava com Deus e como eu sabia que era ele mesmo falando e que era isso mesmo que ele queria para mim.
Comecei contando das confirmações que Ele me deu sobre o assunto.
Contei de uma vez que, ao saber que viajaria pelo mundo todo em missões, confessei a Deus que estava com medo, pois não me agradava muito a idéia de ir à padaria sozinha, quanto mais a outros países.
E, mesmo sem ter contado sobre isso a ninguém, Deus usou uma de minhas amigas para me dizer que eu não estaria só, pois Ele estaria comigo e me daria amigos em muitos lugares e um ano depois isto começou a acontecer. Eu tinha amigos até na Ucrânia.
Fiquei surpresa pela expressão confiante que o olhar delas continha e pelo apoio que elas me davam, pois não eram evangélicas e seria compreensível que elas não concordassem com isso logo de cara. Mas o que mais me surpreendeu foi justamente a minha tia evangélica que interrompeu o momento dizendo: “Só tem um pequeno problema... Missionários não têm medo e se você tem acho que tem que ver isso ai direito.”
A desconfiança no tom de voz dela me machucou muito e apesar de conhecer muitos missionários e ter conhecimento de seus medos e dúvidas, sabendo que isto é normal, eu estava realmente ferida com aquilo. Não era a primeira vez que eu ouvia algo assim.
Já era noite e resolvi não pensar mais nisso e dormir. Assim eu esqueceria. Mas quando acordei aquilo ainda me incomodava e comecei a contar pra Deus sobre como estava me sentindo e então Ele me consolou do jeito que só Ele sabe fazer:
“Não se preocupe. Eu entendo você. Eu tive medo também!
Você se lembra do Getsêmani? Eu suei sangue de tanta angústia. E você deve se lembrar das minhas palavras: ‘Se possível for, passe esse cálice de mim’, mas sabe qual era a diferença entre o meu medo e a covardia? Eu disse: ‘mas que seja feito conforme a tua vontade’ e é essa a diferença que eu encontro em você.
Não se incomode pelo que os outros venham a pensar. O que eu penso é que você é igual a mim. Temeu, mas seu coração está totalmente disposto a deixar seus medos pra trás e cumprir a minha vontade. E se não há erro no meu medo, não há erro no seu também. E se você age como eu, é porque tem andado comigo e se eu sou  por você quem é contra você?” 
Meu semblante caído deu lugar a uma expressão muito mais alegre por saber o quanto Deus se importa com o que sentimos e o quanto Ele valoriza cada pequeno esforço que fazemos por cumprir sua vontade.
Perdoei as palavras da minha tia e aprendi que não há nada de errado em temer desde que nossos medos não tomem o lugar da disposição em fazer aquilo que Deus nos manda fazer e que Deus é a nossa referência e o primeiro a quem devemos ouvir, pois os pensamentos dEle sobre nós são mais importantes do que qualquer coisa que os outros possam pensar.

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